A sala em que eu trabalho é bem grande e subdividida em três ado-a-ados (cada um no seu quadrado). O meu ado costumava ser da minha amiga Loira, que saiu do escritório no ano passado e, desde então, o chefinho - muito provavelmente traumatizado pela saída da Loira - não contratou mais ninguém. Modos que o ado do meio, que era meu, está vazio há meses.
Lá do outro lado da sala, no último ado (considerando o meu como primeiro), fica minha colega de senzala, Helô. Eu e Helô todos os dias temos um diálogo parecido e que, embora verse sempre sobre o mesmo tema, nunca (me) cansa. Exemplo:
Eu: Helô...
Helô: Oi?
Eu: Falta muito pras 6 horas?
Helô: Um pouquinho. São 9h15 agora.
Tempos depois:
Eu: Helô?
Helô: Oi?
Eu: E agora, já são 6 horas?
Helô: Quase... São 9h18.
Muito tempo depois:
Eu: Helô?
Helô: Oi?
Eu: Só me explica uma coisa.
Helô: Hum?
Eu: Por que não são 6 horas ainda?
Mil anos depois:
Eu: Droga, por que não são 17h58 agora?
Helô: Em algum lugar do mundo já é.
Eu: Helô? Por que estamos aqui e não nesse lugar?
Helô nunca tem boas respostas para minhas perguntas.
Talvez esse problema que você relatou seja um problema do ado-a-ado, porque (olha que incrível) eu tinha essa mesma sensação sobre o (não) passar das horas.
ResponderExcluirBeijos