quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sabe aqueles dias em que...

Você quer falar, mas não tem com quem. Você quer correr, mas não tem forças. Você quer gritar, mas não tem coragem. Você quer chorar, mas tem vergonha. Você quer fugir, mas não tem pra onde. 

Ainda bem que existe o amanhã.


terça-feira, 16 de novembro de 2010

ATENÇÃO: INTOLERÂNCIA NÃO SERÁ TOLERADA!

A resolução 51/95 da UNESCO instituiu o Dia Internacional da Tolerância, celebrado no dia 16 de novembro. A data tem o objetivo de propagar o ideal de incentivo à convivência pacífica entre pessoas de diferentes culturas, povos e crenças. 

O que me chama atenção é que, veja bem, não é o Dia Internacional do Amor ao Próximo. Não é o Dia Internacional da Amizade entre Pessoas de Opiniões Contrárias. Não é nem sequer o Dia Internacional do Respeito.

Ninguém está exigindo que sejamos pessoas de bom coração, dispostas a amar ao próximo como a nós mesmos. Não se espera que sigamos ao pé da letra as palavras de Voltaire e lutemos até a morte pelo direito alheio de dizer palavras com as quais não concordamos. Não é necessário sequer que reconheçamos publicamente que somos todos iguais e que temos os mesmos direitos. Também não se trata de aceitar comportamentos abusivos ou ilícitos, nem tampouco excessos que invadam a esfera particular dos direitos de cada um.

A tolerância que se espera é a simples aceitação, é a permissão do livre exercício de crenças, da expressão de pensamentos e opiniões. É admitir que o diferente existe e tem o direito de existir. É conter o impulso de reagir com violência ao que nos desagrada. É dizer não aos pré-conceitos e pré-julgamentos que nos impedem de conhecer a verdadeira natureza das coisas e das pessoas. É abandonar o medo que sentimos diante do desconhecido e que nos conduz à intolerância. 

É tão difícil assim? Não deveria. :(


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um vício

Os sites de compras coletivas não são exatamente uma novidade. Mas caso você esteja retornando de férias passadas no satélite natural da Terra e nunca tenha ouvido falar nisso, explico: são sites que mantêm parcerias com fornecedores de produtos e serviços, para ofertá-los à venda, por tempo limitado, a um número mínimo pré-determinado de consumidores, por um preço bem mais baixo que o de mercado.

Daí o conceito de compra coletiva: caso o número mínimo de compradores não seja atingido, a oferta é cancelada e o dinheiro de quem comprou é devolvido. A oferta adquirida é válida por um tempo determinado no voucher. O objetivo principal dos fornecedores é o de promover a publicidade de seu estabelecimento, já que o retorno financeiro muitas vezes não cobre o seu custo. Já o objetivo dos sites de compras coletivas é a comissão generosa que recebem dos fornecedores. E o dos consumidores, claro, é comprar as coisas bem baratinhas.

A minha história com os sites de compras coletivas começou quando minha amiga Tati enviou o convite para me inscrever no Peixe Urbano. De cara comprei uma oferta fantástica: três meses de assinatura na Blockbuster, com direito a locar um número ilimitado de DVDs, sendo três de cada vez, sem prazo para devolução, entregues e buscados no meu endereço, pelo preço de R$ 3,00. Não, não era R$ 3,00 por DVD, ou por entrega, esse era o preço para os três meses. Sensacional, não?

Depois eu descobri o Clube do Desconto, o Oferta Única, o Groupon (Clube Urbano), o Clickon, o CityBest, o Curitibando, o Abuze, o Imperdível, o Acesso Zero, o Etiqueta Vermelha e outros (aqui tem uma lista enorme de sites de diversas cidades)... Só o Peixe Urbano já me levou a restaurantes, clínicas de estética, massagistas, depilação a laser, bares, lojas, teatros, uma expedição de bicicleta em Morretes, um passeio de trem, um workshop de trapézio voador numa escola de circo em Mandirituba... Um total de 27 cupons adquiridos em cerca de três meses. Tudo por preços irresistíveis. Nos outros sites comprei mini-álbuns de fotografia, dois meses de aulas de pilates com equipamentos, três meses de dança do ventre, mais almoços, óculos de sol, outra assinatura de entrega de DVDs em casa, muitas massagens relaxantes, duas escovas progressivas, um day spa, revelação de fotografias digitais, dois designs de sobrancelha, escova e hidratação capilar, mais sessões de depilação a laser, peeling de diamante, limpeza de pele, nutrição facial, ingressos para stand-up comedy, drenagem linfática, massagem modeladora, cellutec, enfim, coisas que eu ainda nem sei como funcionam.

Embora já tenha utilizado muitos de meus cupons, tenho no momento quase 40 para serem usados ainda! E ainda que minhas faturas de cartão de crédito estejam astronômicas, continuo acreditando que estou fazendo economia.

Todos os dias recebo por e-mail dezenas de ofertas. Os sites Aponta Ofertas e Vale Junto centralizam ofertas de diversos sites e encaminham aos inscritos, e com isso eu acabo conhecendo cada vez mais sites de compras coletivas. E por mais que eu tente, eu simplesmente não consigo parar! Ontem à noite, mesmo depois de ter constatado que nesse salário vai sobrar mês, não resisti e comprei a oferta de 10 sessões de plataforma vibratória por R$ 90,00...

Se você, pobre consumidor(a) indefeso(a) se identifica com o meu drama, só há uma saída para nós. Proponho aqui e agora a fundação do DECOCA (Dependentes de Compras Coletivas Anônimos). Seguindo o tradicional programa dos 12 passos, quem sabe conseguiremos recuperar o controle sobre nossos cartões de crédito!

Eu começo. Boa noite, pessoal. Meu nome é Oksana e eu sou uma dependente de compras coletivas (reconhecer o problema e nossa impotência diante dele é o primeiro passo). Ehm, já volto, gente, só vou ali dar uma olhadinha no e-mail do Groupalia que acabou de chegar.

Beijinhos!