A 28ª Oficina de Música de Curitiba terminou neste domingo, 31/01/2010, em grande estilo, com a plateia do Guairão lotada de músicos e apreciadores de boa música. O pernambucano Antônio Nóbrega fez o show de encerramento, que reuniu canções de seus seis últimos espetáculos.
No palco, Nóbrega canta, atua, toca diversos instrumentos, dança, faz mímica e brinca com a plateia. Ainda menino, estudou violino e canto lírico durante anos, e fez parte da Orquestra Sinfônica do Recife. Depois de integrar o Quinteto Armorial, a convite de Ariano Suassuna, passou a ter contato com diversas expressões da cultura popular brasileira. A partir de então, teve início um trabalho ímpar.
O espetáculo contém maracatus, baiões, frevos-canções, choros, sambas, marchas-de-bloco. Nóbrega toca rabeca, violino, bandolim. Sete talentosos músicos o acompanham no violão, cavaquinho, saxofone, flauta, acordeon, alfaia, bateria e instrumentos diversos de percusão. De vários eu nem conheço o nome. Exercício interessante para ouvidos leigos como os meus é o esforço de identificar, no harmonioso conjunto que compõe cada canção, o som específico de cada instrumento.
Um espectador um dia disse a Nóbrega: "você pula tanto feito um cabrito durante o show que eu me canso só de ver". As estripulias do artista ora parecem brincadeira de criança, ora invocam a lembrança do Carlitos, de Chaplin. O personagem conquista a plateia, arranca risos, emociona.
Não sei descrever a beleza do primoroso trabalho de divulgação do cancioneiro popular, de encantamento com uma arte de raízes brasileiras de verdade. Algo que passa longe de futebol e bunda.
Aos quase 58 anos de idade, Antônio Nóbrega é um adulto sem nenhuma vergonha de ser menino. O mestre da arte brincante é um artista sem a menor vergonha de fazer rir e sorrir. E o espetáculo com que nos presenteia inspira a ser feliz.
Beijos!
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