quinta-feira, 7 de julho de 2011

Hoje eu vi passarinho verde...

Foto daqui

"A expressão "viu passarinho verde" é empregada para aqueles que, sem motivo aparente, demonstram muita alegria. O verde é a cor da esperança e da paz. Mas o que o passarinho tem a ver com isso? De acordo com o folclorista Luís da Câmara Cascudo, no livro Locuções Tradicionais no Brasil, a tal ave era o periquito, muito usado para levar no bico mensagens trocadas por casais. Assim, avistar esse animal seria "identificar o alado pajem confidencial dos segredos". Há ainda uma lenda do século 19, segundo a qual as moças avisavam seus namorados do envio de cartas de amor colocando um periquito perto da grade da janela." (Fonte: Guia do Estudante)

Eu e o Dé não precisamos usar animais para trocar mensagens de amor. As declarações são feitas ao vivo, pelo menos três vezes ao dia (ao acordar, as se despedir para ir ao trabalho, antes de dormir). Eventualmente, utilizamos um e-mail, um SMS. Cartões nas datas especiais. 

Nesse sentido, então, vivo "vendo passarinho verde". Nunca faltam motivos para sorrir.

Hoje pela manhã tive uma consulta médica com uma gastro. O Dé me deixou lá e foi de carro até nosso estacionamento. Como o consultório é pertinho do escritório (umas 5 ou 6 quadras), fui caminhando até lá. Escolhi um caminho passando por ruas em que não costumo andar com frequência. Ao dobrar uma esquina, vi algumas cerejeiras carregadas de flores cor-de-rosa e - ai, que romântica - suspirei. 

Ouvi já de longe uma algazarra de passarinhos e, ao me aproximar, vi que a cerejeira maior não estava carregada somente de flores, mas também de periquitos bem verdinhos! Nunca vi tantos reunidos! Nem em vitrine de aviário, onde se vê um montão de passarinhos apinhados em gaiolas tristes. Coisa que me causa a maior depressão e sempre me faz cantar mentalmente a música do Wando: "Choooora coração... Passarinho na gaiola, feito gente  na prisão"...

A visão que tive nessa manhã não teve nada de melancólica, era só alegria. Não tinha um galho da árvore sem um passarinho gritando faceiro. Pense numa pessoa que lamentou estar sem a máquina fotográfica. Tudo que pude fazer foi ficar ali parada por uns minutinhos admirando aquela cena. E não fui a única! Mais dois transeuntes pararam para ver os bichinhos na árvore.

Não sei se aquelas pessoas estavam apaixonadas, se elas também recebem declarações de amor diárias. Mas desconfio de que ver uma cerejeira florida lotada de periquitos verdes, bem no centro da cidade, notar a cantoria de pássaros em meio ao barulho de carros, buzinas, gentes apressadas, tenha sido motivo suficiente pra deixar aquelas pessoas com um sorriso bobo alegre, igualzinho ao meu. 

4 comentários:

  1. Que fofo! =D
    Sabe que isso é uma das coisas que mais me dá saudade da casa da minha mãe? Quando dá lá pras 4 da tarde os passarinhos se reunem no pé de jambo e ficam cantando. Vira e mexe ela coloca o bocal do telefone na janela pra eu escutar... =)

    O que eu vejo todo dia no caminho pro trabalho é miquinho, acredita? ^^

    A gente quer fazer uma festa meio anos 80 porque a maioria dos convidados vai ter entre 30 e 40 anos, achamos que vão se identificar! =D

    Beijos!!!

    ResponderExcluir
  2. Olá Oksana,

    Que texto delicioso. Realmente deve ter sido uma cena linda de se ver, especialmente porque já havia a beleza do amor dentro do seu coração!

    Beijos.

    ResponderExcluir
  3. Carol, sacanagem humilhar meus passarinhos com seus miquinhos urbanos. E música dos anos 80 é o máximo, tem uma faixa etária beeem ampla que se identifica (como eu, que ainda estou bem longe dos 30, faltam mais de 8 meses pra chegar lá... huahahaha).

    Aprendiz, grata pelo seu comentário! Lindas palavras! Realmente a beleza está por toda parte, só precisamos ter olhos pra ver! ;)

    Beijinhos!

    ResponderExcluir
  4. Sério!

    O problema é que acho que eles meio que "se perderam" da floresta que fica abaixo do morro do Corcovado... =/

    =***

    ResponderExcluir