terça-feira, 13 de abril de 2010

O fantástico mundo da faculdade

Dia desses dei-me conta de que meu pequeno irmão (hoje maior que eu), no fim desse ano, prestará o vestibular. Não sei ainda se ele se decidirá pelo curso de tecnologia em jogos digitais, nem tenho ideia se ele será tão bom desenvolvendo jogos quanto é jogando. Não sei se resolverá seguir os passos de seu pai na medicina. Se o fizer, aposto que sua compaixão pelo ser humano fará dele um médico muito melhor que o precursor.

O menino tem 16 anos, de modo que não me surpreenderei se, até a data de inscrição no vestibular, ele mudar de ideia mais 35 vezes. Também não sei se ele será aprovado na primeira tentativa, questão que nunca foi grande drama na minha família. Minha mãe, ao contrário de muitas outras (talvez a maioria), realmente não acredita que temos o dever de saber o que fazer da vida em plena adolescência. Não é verdade que muita gente passa toda uma existência sem saber?

Eu, por exemplo, ainda passeio pela vida tentando descobrir o melhor a fazer dela. Não sou dessas criaturas afortunadas que nascem com um talento extraordinário e sabem, desde sempre, para o que foram destinadas. Também não tenho a sorte de ser desprovida de qualquer talento, de modo que qualquer atividade à qual me adequasse razoavelmente seria suficiente para me satisfazer profissionalmente.

A questão é que eu sirvo para tantas coisas diferentes! Tenho uma facilidade enorme para lidar com novas tecnologias, descubro coisas sem que alguém precise ensinar, adoro (e sei) escrever, gosto de trabalhar com pessoas, mas também me dou bem com documentos e aprecio ficar sozinha, ouvindo nada mais que o som dos meus dedos sobre o teclado e a música suave nos meus fones de ouvido. Amo cozinhar e poucas coisas me dão mais satisfação do que o resultado positivo de uma nova experiência culinária (quando o público não resiste a um segundo prato). Sou apaixonada por investigações, decifrar enigmas, resolver problemas. Também sou boa ouvinte e conselheira. Não suporto rotina. Sou maluca por crianças. Aprendo tudo muito rápido e, se não tiver novos desafios, acho minhas atividades enfadonhas e logo me distraio. E mesmo assim faço meu trabalho melhor do que a maior parte das pessoas.


Ainda acredito que vou encontrar a atividade perfeita, em que eu possa exercer todas as minhas habilidades com processos, pessoas, palavras, ações, desafios, tecnologia, tudo-ao-mesmo-tempo-agora (ainda que eu tenha que deixar a culinária para os fins de semana e as crianças para o futuro). Para garantir meu sucesso ao encontrar esse trabalho fantástico, continuo me preparando. Estou fazendo uma especialização (para aprender um tanto mais do mesmo) e uma segunda graduação (para ampliar conhecimentos e possibilidades).

E esse é justamente o ponto em que eu queria chegar (no texto, não na vida profissional): como caloura pela segunda vez, sinto que é meu dever de irmã mais velha compartilhar meu vasto conhecimento com o jovem pupilo. Afinal de contas, há muito mais que se aprender na faculdade do que as simples matérias de um curso de graduação, certo?

Logo mais eu conto.

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